A seleção será apresentada de 7 a 22 de junho, sempre às sextas e sábados à noite. Também neste mês, no dia 25/6, o cinema do centro cultural promove uma sessão especial do filme Amazônia, a nova Minamata?, de Jorge Bodanzky, seguida de debate com o diretor e o cacique Jairo Saw Munduruku, entre outros convidados.
Por ocasião do relançamento de Depois de horas (1985), de Martin Scorsese, em restauração 4K, exibido este ano no Festival de Berlim e no Festival de Cannes, o Cinema do IMS Paulista reúne algumas aventuras notívagas de cinema. A mostra Noite adentro será exibida de 7 a 22 de junho, sempre às sextas e sábados à noite. Além do clássico de Scorsese, a seleção reúne mais quatro filmes, com aventuras que varam a noite de volta pra casa: The Warriors – Os selvagens da noite (1979), de Walter Hill, Fantasmas (2010), de André Novais Oliveira, Amigos de risco (2007), de Daniel Bandeira, e Bad Galeto – No limite da morte (2017), dirigido por Amanda Seraphico, Lorran Dias e Bruma Machado.
Em junho, também segue em cartaz a mostra retrospectiva do cineasta e fotógrafo Jorge Bodanzky, inaugurada em abril. Os destaques deste mês são as exibições únicas e gratuitas dos seus dois filmes mais recentes e ainda inéditos em circuito: Amazônia, a nova Minamata? (2022) e As cores e amores de Lore (2024). Marcada para dia 25 de junho, às 19h, a sessão do filme Amazônia, a nova Minamata?, que aborda a contaminação por mercúrio em território do povo Munduruku, será seguida de debate com Bodanzky e o cacique Jairo Saw Munduruku, entre outros convidados.
Noite adentro
Projetado em uma versão restaurada em 4K, Depois de horas (1985) é protagonizado por Paul Hackett (Griffin Dunne), um operador de computador que trabalha no centro de Manhattan, em Nova York. Entediado e desanimado, Hackett sai de casa tarde da noite e conhece Marcy. Após o encontro, é arrastado para um vórtice de aventuras vorazes e paranoicas noite adentro em partes da cidade que desconhece. O filme foi um sucesso de público à época de seu lançamento e rendeu a Scorsese o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes de 1986.
Também passado em Nova York, The Warriors – Os selvagens da noite (1979) é inspirado no livro homônimo do romancista Sol Yurick. O filme trata de uma gangue que, injustamente acusada pelo assassinato do líder de outro grupo, precisa fugir de diversos perseguidores e voltar para sua própria área da cidade em segurança. Em entrevista recente à Brooklyn Magazine, o diretor Walter Hill afirma que este foi “um dos primeiros filmes de gangues que aceitou a instituição das gangues não como uma força hostil e antissocial, mas basicamente como uma medida de defesa de território por pessoas que tinham muito pouco na vida”.
Com curadoria da equipe de cinema do IMS, a mostra inclui ainda três filmes brasileiros mais recentes. Dirigido por Daniel Bandeira, Amigos de risco (2007) trata de um reencontro entre três amigos que, após um deles passar mal, vira um pesadelo. Sem dinheiro, transporte ou comunicação, o grupo precisa carregar o que está doente pela cidade deserta. Para a curadoria da mostra, o filme “mantém laços evidentes com narrativas da noite, como Warriors e Depois de horas, atendo-se à filmagem em locações reais expressivas, personagens bem delineados e um sentido de ação e montagem afiados”.
Outro destaque é o curta-metragem Fantasmas (2010), dirigido por André Novais Oliveira, que gira em torno de um término de relacionamento mal superado. Um dos primeiros trabalhos da produtora Filmes de Plástico, Fantasmas é uma história da noite que em pouco tempo já se tornou clássica na cinematografia brasileira. A mostra inclui também o curta Bad Galeto – No limite da morte, de Amanda Seraphico, Lorran Dias e Bruma Machado. O filme foi lançado em 2017 pela Anarca Filmes, produtora que reúne artistas e pensadoras LGBTQI+ em uma perspectiva de experimentação, engajamento, criatividade e combatividade coletiva.
As câmeras de Bodanzky
Fotógrafo, repórter e cineasta, Jorge Bodanzky, atualmente com 81 anos, é autor de ampla produção visual, dedicada a investigar temas como os movimentos sociais, a religiosidade e as lutas pela preservação da Amazônia. Em 2024, o IMS Paulista dedica especial atenção à sua obra com uma exposição, em cartaz no centro cultural, e a mostra de filmes As câmeras de Bodanzky, exibida na sala de cinema, com programas mensais ao longo do ano.
Neste mês, a seleção apresenta Amazônia, a nova Minamata? (2022). O filme denuncia a contaminação de mercúrio em curso provocada pelo garimpo, que ameaça a saúde e o território do povo Munduruku. A sessão do dia 25 de junho, como mencionado, será seguida de debate com Bodanzky, o cacique Jairo Saw Munduruku e Larissa Rodrigues, do Instituto Escolhas. A entrada é gratuita.
A programação inclui ainda exibições de Os Mucker (1975), dirigido por Bodanzky e Wolf Gauer, exibido em nova versão digitalizada em 2K exclusivamente para a mostra; e O profeta da fome (1970), filme de Maurice Capovilla fotografado por Bodanzky. Nos dias 9 e 30 de junho, também haverá uma sessão com curtas-metragens comissionados pelo IMS a partir do acervo de filmes em super-8 e vídeo doméstico de Bodanzky, com direção de Ewerton Belico & Irmãos Pretti, entre outros destaques.
Serviço
Ingressos para as exibições mencionadas: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)*
Os ingressos podem ser comprados no site ingresso.com ou na bilheteria dos centros culturais para filmes do mesmo dia
*Com exceção das exibições de Amazônia, a nova Minamata? e As cores e amores de Lore, que têm entrada gratuita, com distribuição de senhas 1 hora antes.
Confira os horários e dias de cada sessão no site do IMS